23 outubro 2013

K

Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu? 

Clarice Lispector

21 outubro 2013

Nada

Bom nunca havia sido fácil contar minha história. Muito menos falar sobre sentimentos.O único assunto que rondava-me a mente era uma palavra e o resto do que esta palavra iria trazer. Você pode perguntar para qualquer pessoa que já teve depressão, nenhuma delas vai dizer a você que pensavam - nem por um segundo- nos familiares, ou nas pessoas que dizem ama-las. Existe na mente a caixa do nada e mais nada. Não existe o sentimento de ninguém, nada importa sabe por que? Bom, você pode pensar ser egoísmo mas não é... O que realmente acontece é a dor ser tão grande que não se sente nada além dela. Ela te preenche, te sufoca. Te envolve em uma bolha de dor, caos e falta de esperança

. - Por que nada dá certo, por que ninguém parece se importar, por que viver se torna sacrificante e só o fato de respirar dói... Dói por que nada preenche o buraco no peito. Nada.

Aos 16 anos o assunto predominante em minha vida era a morte. E tudo o que vem com ela. Costumava associar a morte com paz. Com tranquilidade, afinal só depois que se morre é que não se pensa em mais nada. Mas a pior parte nem é essa... Descobri que a depressão não é curada como um resfriado. É um tratamento diário, e para toda uma vida... Como um vicio que te perturba, que não pode ser alimentado. Por que sempre vence quem se alimenta mais.