27 março 2014

Ele e Ela

Ele parecia distante a cada dia mais.Não, a cada minuto. E as vezes a fazia pensar que tudo que foi dito não passou de frases bonitas escolhidas pelo calor do momento. Não poderia cobrar tudo que foi dito. Não poderia e nem iria, não intencionalmente.
A verdade é que as palavras dele tinham mais calor do que se podia ver em seus olhos. Era como se ao longe tudo fosse melhor e mais intenso. Não deveria ser o contrário?  As palavras não casavam com a imagem. E apesar de toda a graça e beleza que as vezes saiam de sua boca, toda a chama e até mesmo as faíscas se apagavam quando seus olhos pairavam sobre os dela. Será que era ele? Quem era ele?
  Ele era lindo e mesmo assim nada acontecia. Não havia magia, coração acelerado pronto para explodir. Ele dizia amar, mas será que saberia definir o que era amor? Ele cobrava e queria um futuro, e de tanto pensar no futuro se perdia em um presente vazio. Ela ao olhar em seus olhos não o via por dentro. Era como se ele escondesse algo que o matava lentamente.  As vezes frio, as vezes chorava por medo. As vezes dizia coisas inesperadas e lindas, e quase sempre o silêncio.
Por mais que ele fosse lindo e suas palavras fossem doces, ela queria o sentir presente. Sentir e não ouvir que a amava. Isso era o que ela queria. O que precisava.
 

24 março 2014

Enfim...

Oi.

Hoje não é um bom dia. Estou irritada com muita coisa, e acima de tudo comigo mesma. Esse final de semana foi - me perdoe a expressão- uma merda! Em geral fiquei como sempre fico. Isolada do resto da humanidade em meu quarto ou de propósito focada na televisão.  Não fiz nada. E não mudaria nada também. Não respondi bons dias ou ois que foram direcionados para mim. Não fiz nada além de dormir e dormir. De ficar deitada pensando no que alguns chamam de vida.
Vou te contar uma coisa, sei que meus problemas não são nada comparados a grandes catástrofes. Terremotos, a fome, a aids  e ao câncer. Sei que meus problemas não se comparam com as pessoas que perderam tudo. Família, amor, qualquer coisa dessa categoria e grau de importância.

Acontece que para todos existe um tipo de inferno pessoal. E sei que cada um tem o mal que consegue vencer. E sei todas as filosofias baratas que existem. Sei também que existem pessoas piores e problemas e limitações maiores. Sei de tanta coisa. Sei o que é dor, mas talvez não o tipo que vocês conheçam, por que cada um sente de um jeito. Talvez eu seja racional demais ou talvez vocês sejam. Talvez eu esteja com problemas que nem mesmo eu entenda. Talvez...

Não adianta me comprar comidas que para você são boas. Não adianta me levar no melhor restaurante de cidade. Não adianta ficar me dizendo que estou magra demais ou feia, ou que dá para contar minhas costelas. Não adianta me olhar torto quando separo um simples pedaço de pão em pequenos pedaços para escolher quantos deles irei comer. Não adianta nada me julgar, ter pena ou até mesmo me tratar mal por achar que o jeito que estou vivendo não é vida.

Afinal, quem disse que considero essa a melhor maneira? Só quem já passou por isso - se é que existe uma cura para isso- pode entender o que é e como é. Não sei se alguém pode me ajudar, e as vezes não quero ajuda. Só quero ficar deitada na minha cama e esquecer as palavras: espelho, balança, caloria, imc.

Só gostaria de dormir e poder esquecer um pouco disso, por que ando bem deprimida. Desistente. Não quero parecer deprimida, mas estou. E muito.

Sei que poderia ser pior, mas por favor. Não me faça sentir pior por estar mal com coisas que para outras parecem banais.