03 março 2012

I know the world's a broken bone, but melt your headaches call it home...

Caminhava sobre a areia fina que envolvia meus dedos, sem destino, sem parada, apenas caminhava.Sem olhar para trás, sem pensar no fim, na linha de chegada. Não via mais o ponto de partida.Não lembrava de onde vinha, para onde estava indo? Não importa.
Desci um pouco mais, ouvi o mar me chamar, ouvi alguém me chamar. Mas não pude atender, não conseguia parar... Estava presa no caminhar, no simples ato de seguir em frente, de não poder e nem ao menos suportar olhar para os passos que ao longo do tempo deixava para trás. De repente o mar tornou-se espelho e sem querer, pude olhar em meus próprios olhos e enxergar o que a muito tempo não conseguia. Era a marca do tempo em meu rosto, era tudo que me tornava real, humana. Marcas e danos internos que só eu sentia e nem assim conseguia explicar. Era o verdadeiro reflexo de mim.Sem máscara, sem medo de ter que parecer bela, sem pressa de chegar ao destino ainda inexistente.
E a imagem era de fato tão nítida que finalmente percebi que meus pés não estavam mais em movimento... Sentei-me a beira da praia e apreciei o perfeito som das águas e o cheiro do mar. Tentei segurar o máximo daquele lugar em minhas mãos. E ai percebi que apesar de não ter chegado ao fim da praia, havia encontrado e chegado a algo maior.
Tentava entender e juntar os cacos. Tentava enxergar quem era a mulher refletida na água. E por pequenos instantes havia me encontrado, tentando entender o que queria e para onde iria e acima de tudo tentando descobrir o que poderia me fazer de novo sorrir.

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