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Estava frio naquela época, e respirar se tornava sacrificante a cada passo que se dava em direção ao lugar que aprendemos a chamar de lar ao invés de casa.
As noites eram regadas de neblinas mágicas e cheiro de bala de melancia. Eram placas de silêncio nas paredes, eram sinais de telefones ruins. Eram pessoas tentando agir como se fosse normal sentar ao lado de estranhos e escrever seus pensamentos.
Tento me lembrar se tudo era tão bom por que são lembranças ou se era bom mesmo pelo simples fato de ser. Um novo labirinto de pessoas, um novo passar de tempo. Era de fato tudo tão diferente e libertador naquela época. Não havia regra absoluta, o que existia era uma parte de mim estava adormecida, escondida lá no fundo e que por algum motivo se libertou para viver intensamente sentimentos antes desconhecidos e inabaláveis.
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