E ao acordar, sentiu que sua vida tinha sido arrancada de si. Que mãos estranhas haviam rasgado seu peito e tirado de lá tudo que o coração precisava para fazer seu trabalho, para a manter viva.
Chegou por fim prender a respiração para ver se seus pulmões gritariam por socorro.E conseguiu respostas conclusivas: seu corpo - por mais fraco e ruim que estivesse- lutava para funcionar. Logo foi obrigada pela força da natureza voltar a respirar. E o choro tomou conta de tudo. Nenhuma força externa a poderia fazer querer viver naquele instante. Ninguém.
O motivo pelo qual viveu por anos havia desaparecido. Em uma multidão de rostos, de cotidiano, de histórias roubadas. Cortes e contas não seriam capazes de ajudar a amenizar o estrago. E orações não chegaram a ser concluídas.
- Alô! Alô.
Era tudo que poderia ter. Nada restava além de sentir o vazio de ser apenas um.
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